Powered By Blogger

domingo, 27 de março de 2011

Doutrina sobre Dízimo

Quero nesse momemto compartilhar esse assunto: Já tem uns bichões aí da TV Gospel, que falam de Trízimos.

Análise dos “dízimos e as ofertas” relatados no livro de Malaquias

Neste estudo, vamos responder às perguntas abaixo:
1. A quem se destinava a mensagem?
2. Quem roubava?
3. O que se roubava?
4. Como se roubava?
5. O que eram os dízimos?
6. O que eram as ofertas?
7. O que eram as bênçãos?
8. O que eram as maldições?

Muito se tem falado sobre o assunto “Dízimos e Ofertas”. Pregadores, usados por suas instituições religiosas, ou simpatizantes destas, utilizam-se de diversos meios de comunicação para enfatizar o “distanciamento do egoísmo” por parte dos ouvintes, objetivando suprimento das mais variadas necessidades, originadas das mais diversificadas formas de convencimento, denominadas de “pregação do evangelho”, baseados, principalmente no verso 8, do capítulo 3.
O livro começa com uma “sentença” contra Israel. Então poderemos dizer que tudo que está relatado no livro é contra todo o povo? A princípio parece isso, mas o cap. 1, versos de 1 a 5, relata a dúvida do povo quanto ao amor de Deus. A partir do verso 6, começamos a perceber o objeto da “sentença” do verso 1: “a reprovação aos atos dos sacerdotes”, pois os eles eram porta-vozes do altíssimo e deveriam guardar o conhecimento e o povo procurar neles a instrução (2:7). Os Sacerdotes estavam se desviando do caminho e, pelas suas instruções, muitos incorriam no erro (2:8). Estes foram responsabilizados pelos tropeços de “muitos”. Podemos deduzir que “muitos” que tropeçavam eram quase a totalidade do povo, pois Deus não aponta “quem” no meio do povo estava livre de algum erro, porém, é bom lembrar que “muitos” nunca quer dizer “todos”.
A introdução do livro fala em “sentença” e discorre em seguida contra os erros declarados dos sacerdotes (1:6-14), mas iremos começar de fato a estudar o livro através de uma questão localizada no verso mais utilizado pelos pregadores modernos para confirmar a obrigação de “devolver” 10% dos ganhos dos fiéis, no capítulo 3, verso 8:
Malaquias 3:8
8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
A princípio responderemos às perguntas 1 e 2:
1. A quem se destinava a mensagem?
2. Quem roubava?

O verso 8 afirma: ‘Quem roubava’ na frase “vós me roubais” e ‘O que roubavam’ na frase “nos dízimos e nas ofertas”; e como não temos os nomes ou termos que identificam diretamente os que roubavam, vamos analisar pelas ações.
Após afirmar que havia quem roubava e em que roubavam, em 3:9 parece dizer quem é o culpado:
Malaquias 3:9
9 Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.
Devemos não nos esquecer do que já falamos acima, que os sacerdotes eram os porta-vozes do altíssimo e o povo deveria buscar instruções com eles e eles deveriam guardar o conhecimento. Mas fizeram tropeçar a muitos, tornando-os culpados. Porém em 1:10, Deus desejou que houvesse entre os sacerdotes quem fechasse as portas para que não acendessem em vão o fogo para queimar a oferta:
Malaquias 1:10
10 Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta.
E no verso 10, do capítulo 3, Deus ordena o que eles deveriam fazer para não incorrer no erro:
Malaquias 3:10
10 Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; (...)
A Nova Versão Internacional (NVI), traduz este verso da seguinte forma:
Tragam o dízimo todo ao depósito do templo para que haja alimento na minha casa; (...)
Perceberam que falta algo? Normalmente nunca percebemos quando somos condicionados a pensar exatamente de uma única forma. O inimigo tem tentado cegar os mais sinceros cristãos. O verso acima ordena trazer os “dízimos”. Pergunto: “e as ofertas?”; por que foram omitidas se o roubo era de “dízimos e ofertas” e não apenas de dízimos? O livro de Malaquias tem a resposta.

Descobrindo o Engano
Descobriremos, dentro do próprio livro, que os dízimos e as ofertas de hoje não são os dízimos e nem as ofertas relatadas no livro de Malaquias.
Como então poderemos identificar os que roubam no livro, se não são citados? Se suas ações são relatadas, mas parece que apenas a metade do roubo seria sanada? Para identificarmos os que roubavam devemos observar algumas perguntas feitas dentro do livro. Por quem essas perguntas são feitas? Vejamos:

1.2 Eu vos tenho amado, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de Jacó? —disse o SENHOR; todavia, amei a Jacó, (...)
1.6 O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? —diz o SENHOR dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome?
1.7 Ofereceis, sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do SENHOR é desprezível.
2.17 Enfadais o SENHOR com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos?
3.7 Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
3.8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
3.13 As vossas palavras foram duras para mim, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti?
3.14 Vós dizeis: Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos?
Percebe-se que o diálogo direto é com os Sacerdotes e podemos afirmar que eles eram o alvo da advertência e os próprios que roubavam, respondendo, assim, às nossas perguntas 1 e 2.
1. A quem se destinava a mensagem;
R. Aos sacerdotes.
2. Quem roubava;
R. Os sacerdotes (bem como a nação por não ser instruída por eles).
As advertências eram dirigidas diretamente aos sacerdotes (2:1). Os roubos começavam neles e depois faziam muitos tropeçarem (2:8); daí, por aceitarem seus erros, a culpa passava também à nação (3:9)

Identificando o objeto do roubo
Mas como os sacerdotes roubavam? E o que roubavam?
Para responder, vamos retornar aos versos 8 e 10:
Malaquias 3:8 e 10
3.8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
3.10 Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.
A ausência da ordem para “trazer” a oferta (v10), mas identificando como sendo roubada (v8), só nos leva a relacionar com a reprovação aos sacerdotes por “ofertarem animais defeituosos”, iniciada no verso 6, do capítulo 1 e justificada a partir do verso 7:
Malaquias 1:6 a14
1.6 O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? —diz o SENHOR dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome?
1.7 Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do SENHOR é desprezível.
1.8 Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? —diz o SENHOR dos Exércitos.
1.9 Agora, pois, suplicai o favor de Deus, que nos conceda a sua graça; mas, com tais ofertas nas vossas mãos, aceitará ele a vossa pessoa? —diz o SENHOR dos Exércitos.
1.10 Tomara houvesse entre vós quem fechasse as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta.
1.11 Mas, desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o meu nome é grande entre as nações, diz o SENHOR dos Exércitos.
1.12 Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do SENHOR é imunda, e o que nela se oferece, isto é, a sua comida, é desprezível.
1.13 E dizeis ainda: Que canseira! E me desprezais, diz o SENHOR dos Exércitos; vós ofereceis o dilacerado, e o coxo, e o enfermo; assim fazeis a oferta. Aceitaria eu isso da vossa mão? —diz o SENHOR.
1.14 Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu rebanho, promete e oferece ao SENHOR um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações.
O desprezo para com o nome do Senhor, por parte dos sacerdotes, cumpria-se nas ofertas de sacrifícios realizadas pelos sacerdotes. Estas ofertas deveriam ser do melhor e mais perfeito animal, porém, animais cegos e aleijados eram oferecidos e o Senhor “rejeitava” essas ofertas.
A prova de que a desonra era tamanha, está no verso 8:
Malaquias 3:8
8 Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável?
O roubo nas ofertas não passava de “ofertas de sacrifícios” realizadas com “animais aleijados e/ou doentes”.
E o roubo nos dízimos? O que significa?
Malaquias 3:5 a 7
5 Chegar-me-ei a vós outros para juízo; serei testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que defraudam o salário do jornaleiro, e oprimem a viúva e o órfão, e torcem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o SENHOR dos Exércitos.
6 Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.
7 Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
Havia opressão ao órfão e à viúva e desrespeito ao direito do estrangeiro. Estes recebiam, em certo período, dos dízimos, conforme Deuteronômio 14:28-29:
Deuteronômio 14:28 e 29
28 Ao fim de cada três anos, tirarás todos os dízimos do fruto do terceiro ano e os recolherás na tua cidade.
29 Então, virão o levita (pois não tem parte nem herança contigo), o estrangeiro, o órfão e a viúva que estão dentro da tua cidade, e comerão, e se fartarão, para que o SENHOR, teu Deus, te abençoe em todas as obras que as tuas mãos fizerem.

Deuteronômio 10:17 e 18
17 Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno;
18 que faz justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e vestes.

O dízimo era uma forma de o Senhor dar aos estrangeiros, pão e vestes (Cf Lev. 27:30 e 32). Quanto aos órfãos e viúvas, inúmeras passagens mostram que os dízimos os sustentavam, amenizando o sofrimento pela ausência do marido, para as viúvas, e dos pais, para os órfãos.
Portanto, o dízimo era mandamento de Deus e tinham função social, para sustendo dos órfãos, viúvas, estrangeiros e levitas. Este conceito, além de explícito na bíblia, também é confirmado pelo dicionário da Bíblia Almeida, conforme imagem abaixo:
Fonte: Bíblia Online versão 3.0 – Sociedade Bíblica Brasileira - 2002

Órfãos, viúvas e estrangeiros eram os alvos do benefício material aos quais o dízimo proporcionava, assim como toda a tribo de Levi (os levitas) que não tinha herança e fazia o trabalho da obra de Deus (Cf. Deuteronômio 14:28-29):
Deuteronômio 16:11
11 Alegrar-te-ás perante o SENHOR, teu Deus, tu, e o teu filho, e a tua filha, e o teu servo, e a tua serva, e o levita que está dentro da tua cidade, e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva que estão no meio de ti, no lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher para ali fazer habitar o seu nome.

Deuteronômio 16:14
14 Alegrar-te-ás, na tua festa, tu, e o teu filho, e a tua filha, e o teu servo, e a tua serva, e o levita, e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva que estão dentro das tuas cidades.

Deuteronômio 24:17
17 Não perverterás o direito do estrangeiro e do órfão; nem tomarás em penhor a roupa da viúva.

Deuteronômio 24:19-21
19 Quando, no teu campo, segares a messe e, nele, esqueceres um feixe de espigas, não voltarás a tomá-lo; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será; para que o SENHOR, teu Deus, te abençoe em toda obra das tuas mãos.
20 Quando sacudires a tua oliveira, não voltarás a colher o fruto dos ramos; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será.
21 Quando vindimares a tua vinha, não tornarás a rebuscá-la; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será o restante.

Deuteronômio 26:12-13
12 Quando acabares de separar todos os dízimos da tua messe no ano terceiro, que é o dos dízimos, então, os darás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas cidades e se fartem.
13 Dirás perante o SENHOR, teu Deus: Tirei de minha casa o que é consagrado e dei também ao levita, e ao estrangeiro, e ao órfão, e à viúva, segundo todos os teus mandamentos que me tens ordenado; nada transgredi dos teus mandamentos, nem deles me esqueci.

Deuteronômio 27:19
19 Maldito aquele que perverter o direito do estrangeiro, do órfão e da viúva. E todo o povo dirá: Amém!

Se em Malaquias a opressão era sobre órfãos, viúvas e estrangeiros, e a repreensão era sobre os sacerdotes, pelos atos indignos, parece lógico que os Sacerdotes eram os opressores, ou coniventes, pois conforme o verso 7 do capítulo 2, era por eles que o povo deveria ser instruído:
Malaquias 7:2
Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.

O que acontece se o mensageiro falhar? Certamente o povo não será bem instruído e haverá uma sucessão de erros.
Pode-se perceber que no contexto de Malaquias 3:5-10, é tratado:
1. Do juízo contra alguém (verso 5);
2. Dos motivos do juízo(5);
3. Da misericórdia do Senhor(6);
4. Da acusação, já antiga, de não guardar o mandamento(7);
5. Da acusação do roubo(8)
6. Do resultado de continuar negligente(9);
7. E da solução, que era voltar para ao Senhor.(10):

Malaquias 3:5-10
5 Chegar-me-ei a vós outros para juízo; serei testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que defraudam o salário do jornaleiro, e oprimem a viúva e o órfão, e torcem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor dos Exércitos.
6 Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.
7 Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
9 Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.
10 Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.
Portando, temos a resposta para as questões 3 e 4:
3. O que se roubava?
R: Produtos agropecuários
4. Como se roubava?
R: Não concedendo a quem de direito (nos dízimos) e não ofertando ao Senhor o que era melhor (nas ofertas).

Agora, responderemos às últimas questões:
5. O que eram os dízimos
6. O que eram as ofertas?
7. O que eram as bênçãos?
8. O que eram as maldições?

Quanto aos DÍZIMOS, confirmamos o que relata o dicionário da Bíblia Almeida: os dízimos eram “dos frutos da terra e dos animais”. A bíblia confirma:
Levítico 27:30, 32
30 Também todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos das árvores, são do SENHOR; santas são ao SENHOR.
32 No tocante às dízimas do gado e do rebanho, de tudo o que passar debaixo do bordão do pastor, o dízimo será santo ao SENHOR.
Mateus 23:23
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!

Dízimo nunca foi dinheiro
Portanto, dízimo, na bíblia, nunca foi e nem será dinheiro, mas somente produtos da agricultura e pecuária. Nem tão pouco os doadores se identificavam.
Portanto, se o dízimo de hoje não tem as características de ser agropecuário, não pode ser considerado o dízimo da bíblia, pois tinha fins sociais e era dado aos menos favorecidos: órfãos, viúvas, estrangeiros e aos da tribo de Levi (levitas).
Respondendo à pergunta 5:
O que eram os dízimos?
R.: produtos agropecuários
Notem nos contextos de Malaquias que as ofertas eram mais importantes que os dízimos: as ofertas eram para serem oferecidas a Deus, em sacrifício, e o dízimo era um mandamento de Deus para benefício de homens: órfãos, viúvas, estrangeiros e Levitas.
As ofertas têm duas vertentes para a não aceitação pelo Senhor:

1. A infidelidade conjugal (2:10 a 16)
2. Ofertas de animais imperfeitos (1:7 a 14)

Como, pois, os sacerdotes ofereciam sacrifícios ao Senhor de animais defeituosos se as ofertas que recebiam deveriam ser de animais sem defeito ou mácula?
Lembrando que os sacerdotes não tinham terras para plantar e criar, e seu sustento era único e exclusivo do dízimo, só existiriam duas possibilidades de terem na mão animais defeituosos para poderem sacrificar:
1. O povo estava entregando animais com defeito para serem sacrificados, tornando os sacerdotes negligentes por aceitarem; ou
2. Os animais defeituosos advinham dos dízimos.

Parece, segundo o relato de Levítico 27:30 a 34, que a segunda opção mais se ajusta ao contexto. Analisemos:
Levítico 27:30-33
30 Também todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos das árvores, são do SENHOR; santas são ao SENHOR.
31 Se alguém, das suas dízimas, quiser resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela.
32 No tocante às dízimas do gado e do rebanho, de tudo o que passar debaixo do bordão do pastor, o dízimo será santo ao Senhor.
33 Não se investigará se é bom ou mau, nem o trocará; mas, se dalgum modo o trocar, um e outro serão santos; não serão resgatados.

No verso 32 informa que “de tudo o que passar debaixo da vara do pastor o décimo será santo ao Senhor” e no verso 33 ordena que “não se investigará se é bom ou mau”, uma alusão para “ser ou não ser defeituoso”. No mesmo verso, ainda ordena que, se for trocado, ambos, o mau que fora trocado e o bom, irão para o Senhor. Não serão resgatados. Ou seja, se o décimo animal era um animal cego, ele não deveria ser trocado por um bom, mas poderia juntar um animal bom ao animal defeituoso e separar ambos para o senhor. Por isso a afirmação de que após esse ato, “não serão resgatados”.
Isso mostra que onde tinham dízimos de animais, tinham animais defeituosos. Como o sacerdote utilizava animais para sacrifícios, esses animais que sacrificavam em oferta ao Senhor e não era aceita, provavelmente advinham dos dízimos, pois advinha dos dízimos o sustento dos sacerdotes.

Portanto, como relatado no livro de Malaquias, as ofertas roubadas não passavam de animais sacrificados ao Senhor de forma imprudente pelos sacerdotes, pois a oferta deveria ser “do melhor” para Deus.
Continuando, respondemos à pergunta 6:
O que eram as ofertas?
R.: Animais sacrificados ao Senhor.

O que eram as bênçãos?
Quaisquer riquezas, às quais se atribuem o valor textual aos dias atuais?
O que seriam as janelas do céu?
Malaquias 3:10
10 Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.
Gênesis 7:11
Nesse tempo Noé tinha seiscentos anos. No dia dezessete do segundo mês, se arrebentaram todas as fontes do grande mar, e foram abertas as janelas do céu,
Gênesis 8:2
As fontes do grande mar e as janelas do céu se fecharam. Parou de chover,...

Na bíblia de Jerusalém, comentando sobre o verso de Malaquias, diz que os beduínos, ainda hoje, chamam as chuvas de “bênçãos”.
Razão maior para se ter chuva é que havia a necessidade de água para fazer crescer os produtos de onde se tiravam os dízimos e sustento do povo: da agricultura e da pecuária. Ou seja, o dízimo era o resultado da bênção.
Respondendo à pergunta 7:
O que eram as bênçãos?
R.: As chuvas, necessárias para se obter os dízimos do fruto da terra e do gado. (Cf. Lev. 27:30 e 32)

E as maldições? O que realmente eram? Quem era o devorador?
Malaquias 2:1-2 e 3:9 e 11
1 Agora, ó sacerdotes, para vós outros é este mandamento.
2 Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração.
9 Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.
11 Por vossa causa repreenderei o devorador para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.

Os sacerdotes como os principais responsáveis, são citados no verso 1 do capítulo 2 e o Senhor condiciona a bênção à honra ao seu nome. Com certeza a maldição já estava imposta quando o Senhor não aceitou a oferta da mão do sacerdote (1:6-14)
A continuidade dos maus atos (roubo nos dízimos [3:5-9] e roubo nas ofertas [1:6-14 e 3:8-9]) ocasionava a falta de chuvas as quais proporcionavam a geração de dízimos e ofertas (produtos agropecuários) e ação de gafanhotos:
Joel 1:4
O que deixou o gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto migrador; o que deixou o migrador, comeu-o o gafanhoto devorador; o que deixou o devorador, comeu-o o gafanhoto destruidor.

A falta de chuva e a ação da praga de gafanhotos dizimavam, isso mesmo, dizimavam (destruíam) os produtos agropecuários, de onde se tiravam os dízimos e as ofertas.
Em Malaquias 3:11, o Senhor já falava para aqueles que propuseram no coração fazer a sua vontade:
Malaquias 3: 11
11 Por vossa causa repreenderei o devorador para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.
Uma confirmação de Joel 2:25:
Joel 2:25
Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor e pelo cortador, o meu grande exército que enviei contra vós outros.
E também em Malaquias 3:16-17:
Malaquias 3:16-17:
16 Então, os que temiam ao SENHOR falavam uns aos outros; o SENHOR atentava e ouvia; havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao SENHOR e para os que se lembram do seu nome.
17 Eles serão para mim particular tesouro, naquele dia que prepararei, diz o SENHOR dos Exércitos; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve.

Respondendo pergunta 8, concluímos:
O que eram as maldições?
R.: A falta de chuvas e a ação destruidora dos gafanhotos sobre a agricultura e pecuária

Como relatado inicialmente, o propósito central era responder às oito questões sobre dízimos e ofertas.
Abaixo todas relatadas e respondidas conforme o estudo:
1. A quem se destinava a mensagem?
R.: Aos sacerdotes.
2. Quem roubava?
R.: Os sacerdotes (bem como a nação por não ser instruída por eles).
3. O que se roubava?
R.: Produtos agropecuários
4. Como se roubava?
R.: Não concedendo a quem de direito (os dízimos) e não ofertando ao Senhor o que era melhor (as ofertas)
5. O que eram os dízimos?
R.: Produtos agropecuários
6. O que eram as ofertas?
R.: Animais sacrificados ao Senhor
7. O que eram as bênçãos?
R.: As chuvas necessárias para se obter os dízimos do fruto da terra e do gado (Cf. Lev. 27:30 e 32)
8. O que eram as maldições?
R.: A falta de chuvas e a ação da praga de gafanhotos

Conclusão

Portanto, deve-se fazer justiça e findar com o costume de cobrar tal imposto utilizando-se da palavra de Deus para ludibriar as pessoas de boa fé, tementes a Deus. Deus espera que falemos a verdade e não usemos de sutilezas para esconder a verdade e nos beneficiar do recurso que Ele dispõe a cada filho seu.
Somos sabedores das nossas responsabilidades quanto à manutenção do ministério do Senhor nesta terra; e como exemplo, Deus nos deixou escrito através do seu servo Paulo:
2 Coríntios 9:7
Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.

A alegria é a chave. Mas se tem pregado muito sobre necessidade. O Pai celeste não necessita de dinheiro para que sua obra avance, mas sim de homens de coragem e oração, como fora o apóstolo Paulo.
Os lideres hoje utilizam Paulo como exemplo, mas não se fazem exemplos por ele (com raríssimas exceções), como relatou:
2 Coríntios 12:14
Eis que, pela terceira vez, estou pronto a ir ter convosco e não vos serei pesado; pois não vou atrás dos vossos bens, mas procuro a vós outros. Não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos.

Hoje os valores estão invertidos: no período até a morte de Jesus, os “ricos” (agropecuaristas) sustentavam os “pobres” (Órfãos, viúvas, estrangeiros e levitas) e hoje os que se dizem sacerdotes são ricos e os que sustentam via congregações, na sua maioria, pobres. Os membros, que têm boa fé, apenas crendo, não fazem como os de Beréia:
Atos 17:11
Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim.

Quem dera os líderes de hoje tivessem o mesmo sentimento que houve nos apóstolos, influenciando os liderados:
Atos 2:44
Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.
Atos 4:32
Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum.

Que Deus nos ajude a nos livrar do enganador e a quem ele enviar.

Carlos Alberto Gomes de Oliveira - Carloscodo@gmail.com
Auxiliar
1. O que é ser mordomo?
Vejamos a definição da palavra mordomo e de algumas variáveis, segundo o Dicionário Aurélio:

mordomo
[Do lat. vulg. majordomu, ‘o criado maior da casa’.]
Substantivo masculino.
1.Administrador dos bens de uma casa, de uma irmandade, etc.; ecônomo.
2.Serviçal encarregado da administração duma casa.
ecônomo
[Do gr. oikonómos, pelo lat. oeconomu.]
Substantivo masculino.
1.Indivíduo encarregado da administração de uma casa grande, ou de uma instituição particular ou pública; mordomo.
2.Ecles. Eclesiástico incumbido da administração dos bens de uma abadia, um benefício, etc.
3.Despenseiro.
despenseiro
[De despensa + -eiro.]
Substantivo masculino.
1.O encarregado da despensa; ecônomo.
despensa
[Do lat. dispensa.]
Substantivo feminino.
1.Repartimento de casa, navio, escola, hospital, etc., onde se guardam mantimentos. [Cf. dispensa, do v. dispensar e s. f.]
Fonte: Dicionário Aurélio Eletrônico
Mordomia sempre foi uma palavra usada para aqueles que “aceitam” cuidar dos bens que lhes são atribuídos responsabilidades. E em se falando de dinheiro em espécie nas igrejas, diz-se que mordomo fiel é aquele que dá sem olhar onde vão utilizar. Mas isso contraria as definições acima. Mordomo é um profundo conhecedor daquilo que lhe cerca.
avareza
(ê) [Do lat. avaritia.]
Substantivo feminino.
1.Excessivo e sórdido apego ao dinheiro; esganação.
2.Falta de generosidade; mesquinhez.
3.Fig. Ciúme, zelo.
Fonte: Dicionário Aurélio Eletrônico
_________________________________________________